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Arquitetos: Eureka, Maru。Architecture
- Área: 235 m²
- Ano: 2015
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Fotografias:Ookura Hideki
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Fabricantes: JFE, NIPPON STEEL
Uma paisagem de espaços de estar entrelaçados
O projeto de um edifício de apartamentos com 7 unidades em uma esquina de um bairro residencial suburbano visa criar uma paisagem de diversos espaços de estar, os quais surgem de cada espaço externo, posicionados aleatoriamente por toda edificação.
Ambientes configurados como uma composição de três dimensões
A utilização de uma estrutura de aço permitiu criar maiores volumes nos andares superiores, deixando uma área de pilotis contínua que se relaciona com a rua. Buscou-se a criação de um espaço público para o bairro residencial aproveitando os dois lados do terreno que se conectam com a rua. Para compensar a perda de área ao não utilizar o piso térreo, o edifício foi feito parcialmente mais alto. Portanto, foi necessário encontrar uma saída para a regulação rigorosa de gabarito. Tivemos a ideia de calcular o volume a partir do fator de céu visível, para aumentar a altura do edifício sem bloquear a luz do sol ou o vento predominante do entorno. Isso, portanto, gerou uma forma bastante irregular do edifício, com um terraço ao ar livre na cobertura e pilotis na esquina. Em contraste com a fachada metálica que reflete o céu, cada um desses espaços externos é pintado de vermelho e apresentam um sistema em L para aproveitamento do vento; o típico sistema regional foi apropriado espacialmente e ambientalmente na arquitetura.
Elemento em L traz o vento para dentro
O elemento em L que se projeta da edificação faz a transição do interior para o exterior e direciona o vento do exterior para dentro da sala. Além disso, verificamos, a partir de simulação CFD (Computational Fluid Dynamics), a trajetória do vento dentro dos ambientes e fizemos os ajustes necessários com varandas e janelas de correr.
Um "comum" inovador que gera um anonimato do espaço
Os pilotis, as varandas e as escadas cruzam tanto os espaços dos residentes quanto dos visitantes e transeuntes. A complexidade das escadas se cruzando e se juntando em três dimensões, e suas bases na área de pilotis criam, experimentalmente, uma ambiguidade entre espaços privados e públicos e um anonimato dos espaços abertos. A delimitação do território de cada um se torna difusa, criando espaços temporários comuns, se não permanentes, que pertencem a todos e ao mesmo tempo não pertencem a ninguém.
Arquitetura como um fenômeno do comportamento coletivo
Detalhes como os corrimãos das varandas, os beirais e os patamares das escadas são concebidos como locais onde os estilos de vida dos moradores se materializam. Além disso, os espaços abertos são projetados para possibilitar a existência de quiosques ou cafés no futuro. A interação dos moradores com o ambiente altera continuamente o estado dos espaços de estar. Ao sobrepor o conjunto desses espaços de convívio do edifício, surge uma paisagem única no cruzamento de um bairro residencial com um espaço público.
Originalmente publicado em Setembro 30, 2017.